Campanha do TJBA arrecada 2 toneladas de donativos para vítimas das chuvas no RJ

Postado por Jorge Ribeiro | 17:48 | | 0 comentários »

27 de janeiro de 2011


O sucesso da campanha Justiça Solidária, lançada pelo Tribunal de Justiça da Bahia em parceria com a Cruz Vermelha, na ultima terça-feira (18/1), não para.

Em menos de três dias, foi arrecadada duas toneladas de donativos destinados à população atingida pelas enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro, que causaram mais de 746 mortes e milhares de desalojados e desabrigados.

De acordo com Sérgio Mendes, do setor administrativo do Fórum Ruy Barbosa, a movimentação ė intensa, e os donativos não param de chegar. "Este é um momento de comoção social de toda a sociedade e nós, do Tribunal de Justiça, estamos dando a nossa parcela de colaboração. São inúmeras pessoas que perderam tudo", reiterou, lembrando ainda, que todas as sextas-feiras o setor de transportes do TJBA enviará o material arrecadado para o núcleo da Cruz Vermelha na Bahia, responsável pelo destinação e distribuição das doações às cidades de Teresópolis, Petrópolis, Itaipava e São José do Vale do Rio Preto.

Em um ato de extrema solidariedade, o advogado Leonardo Melo mobilizou os colegas do escritório de advocacia em que trabalha, colocando-se à disposição para transportar as doações para o Fórum Ruy Barbosa. "É comovente o trabalho que está sendo feito para minimizar o sofrimento dos desabrigados. Impressionante a corrente de solidariedade que se criou , de alguma forma, para dar um pouco de conforto às pessoas que foram vitimadas e nós Advogados, Magistrados, Servidores e população temos que nos unir em torno desse verdadeiro exercício de cidadania", destacou o advogado.

Donativos prioritários - Em comunicado formalizado nesta sexta-feira (21/1), a Cruz Vermelha orienta que não há mais necessidade de enviar água mineral e roupas para as vítimas das enchentes e dos deslizamentos na Região Serrana. De acordo com a instituição, o que foi enviado através das doações já supre a necessidade de todas as pessoas assistidas. No momento, os itens preferenciais são leite em caixa, leite para recém-nascidos, cesta básica (de preferência, já montada), cloro, travesseiros, material de limpeza (vassouras e rodos) e utensílios domésticos, como pratos, panelas, copos e talheres. A arrecadação de donativos continua por tempo indeterminado. As doações podem ser entregues na recepção da sede do Tribunal de Justiça da Bahia, no CAB e no Fórum Ruy Barbosa no centro da capital baiana.

Fazendo justiça à Região Serrana

Postado por Jorge Ribeiro | 17:25 | | 0 comentários »

Fonte: saopedrodaserra.tur.br
Apoio: Agência Petroleira de Notícias e Revista Juris - Judiciário em REVISTA

Vamos fazer justiça para região que tem dado alegria para a humanidade.

Visitando a região, estaremos contribuindo também através do turismo solidário.
Donos de pousadas oferecem descontos para quem levar doações em alimentos não perecíveis aos desabrigados.

Apesar das fortes chuvas que abalaram a Região Serrana desde o dia 12 de janeiro, as vilas de São Pedro da Serra e Lumiar, dois dos mais importantes destinos turísticos de Nova Friburgo, não registraram nenhuma morte, desabamento ou inundações.

Praticamente todas as suas mais de 60 pousadas e dezenas de lojas e restaurantes estão inteiros, limpos e com acessos liberados.
As duas vilas também mantêm contato com o resto do Estado, já que o trecho da RJ-142 entre Lumiar e a BR-101 (altura de Casimiro de Abreu) não sofreu nenhuma queda de barreira, nem apresenta pontos de risco.

O segundo trecho da estrada, entre Lumiar e a RJ-116 (altura do distrito de Mury), por onde se chega ao centro de Nova Friburgo, ficou interditado até a noite de sexta passada, dia 14, quando máquinas do DER e de cidades vizinhas conseguiram abrir meia pista.

No momento, portanto, todos os acessos asfaltados a Lumiar e São Pedro estão abertos para a passagem de veículos.
Como dependem das subestações de energia e torres de celulares do centro de Nova Friburgo, que foi extremamente castigado pelas tempestades, Lumiar e São Pedro foram forçadas a fazer uma viagem no tempo para a época quando começaram a ser descobertas pelos turistas do Rio e de Niterói: sem luz e sem telefone fixo ou celular por quase uma semana.

No entanto, o fornecimento dos serviços de iluminação e telefonia celular foi restabelecido na madrugada de segunda-feira, dia 17, e a telefonia fixa também funciona.

Durante o apagão, dois geradores movidos a gasolina foram instalados para que os moradores assistissem o Jornal da Record e o Jornal Nacional: um na casa de Naim Pedro, em São Pedro, e outro na Vila Mozer, em Lumiar.

Alimentos, combustível, gelo, velas, fósforos e lanternas eram trazidos por moradores, de carro, da cidade vizinha de Casimiro de Abreu, a 40 km de Lumiar e 44 km de São Pedro. Nesta última, tornou-se hábito entre os moradores ficar na praça para pedir a quem iria a Casimiro para ligar para parentes ou trazer mercadorias. As noites, por conta disso, foram ainda mais bucólicas, como há mais de 25 anos atrás. Os vaga-lumes, ofuscados pela iluminação de rua, voltaram a serem vistos aos milhares. Todos dormiam mais cedo e acordavam logo que os pássaros começavam a cantar.

Os moradores também se reuniram para frentes de obras, como a que abriu acesso ao lugarejo da Bocaina, único ponto isolado de São Pedro pelas chuvas, reunir doações para levar até o centro de Nova Friburgo, ou engajar-se no socorro às vitimas do Centro do Município e distritos vizinhos.

Quem gosta da região, ama a paz e o silêncio e, principalmente, quer ajudar a recuperar Nova Friburgo pode fazer as malas e seguir para Lumiar ou São Pedro. O dinheiro que entrar irá fazer a roda da economia municipal voltar a funcionar, já que outros setores – como a metalurgia e o polo de confecção da cidade, que geram a maior parte dos empregos e da renda local – deverão demorar muito para recuperar suas máquinas e reconquistar clientes.

Turismo neste momento é lazer e é solidariedade. Venha salvar o fim das férias e o que deveria ter sido a alta temporada do verão na serra. E não precisa fazer reserva.

Chegue e escolha a sua pousada. Os restaurantes de São Pedro da Serra e Lumiar também estarão funcionando normalmente durante todo o feriado de São Sebastião. Os moradores de São Pedro da Serra e Lumiar agradecem a sua doação!

Criação do Controle Externo Preventivo da Atividade Policial pelo Ministério Público

Postado por Jorge Ribeiro | 15:49 | | 0 comentários »

22 de janeiro de 2011

Por Mateus Milhomem de Sousa, Juiz de Goiás (colaboração Áureo do Brasil Cunha)

A Constituição de 1988 colocou o controle externo da atividade policial como função institucional do Ministério Público (art. 129, VII).

Tal preceito constitucional abrange uma gama de atribuições afetas ao órgão ministerial, relacionadas à fiscalização da atividade policial, seja ela civil ou militar, estadual ou federal.

A natureza desse mecanismo assenta-se no consagrado sistema de freios e contrapesos (Montesquieu), presente nos estados democráticos de direito e de grande importância prática.

As instituições policiais, ressalvados os relevantes serviços prestados à sociedade, apresentam, como quaisquer outras, suas falhas e imperfeições. Sem deixar de ressaltar os méritos já alcançados, infelizmente, ainda encontramos muitos pontos negativos no mecanismo policial.

Ineficiência e excessos na atuação dos policiais, por exemplo, são uma constante, basta observar os noticiários para se ter idéia do problema.

Além dos constantes procedimentos administrativos instaurados contra policiais, ações penais são propostas diariamente contra estes servidores por prática de crimes em suas atividades.

Desta forma, forçoso admitir que tais distorções podem ser evitadas desde o momento da formação dos agentes, dentro das respectivas academias. Um policial mal formado, necessariamente, não desempenhará a contento sua nobre função.

Existem, paralelamente, relatos de maus tratos praticados contra os próprios alunos dentro das academias: humilhações, tratamentos vexatórios, etc.

O Ministério Público, quando exerce sua missão constitucional de controle externo da atividade das polícias, desempenha papel importantíssimo. Mas, esse controle, acaba sendo essencialmente repressivo, mostrando-se ineficaz muitas vezes.

Assim, de bom alvitre seria que esse controle pudesse ser mais abrangente, para possibilitar o alcance de efeitos preventivos, evitando-se, destarte, futuros transtornos. Crucial seria se a atuação do Ministério Público se desse desde a formação dos policiais, fiscalizando e controlando essa fase do processo, sempre preservando a competência e autonomia de cada órgão.

A presença do Ministério Público desde o início fará com que os novos policiais compreendam melhor como funciona o processo de controle externo, além de inibir a reprodução de práticas ultrapassadas, muitas vezes violentas, sob o argumento de treinamentos.

O artigo 3º, letra “c”, da Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993, dispõe que o Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade policial tendo em vista a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso de poder.

O Ministério Público, como fiscal da lei, numa expressão generalista, poderia, perfeitamente, estender seu campo de atuação para fazer valer seu poder de controle, também, nos cursos de formação, sem nenhum prejuízo às instituições envolvidas.

A legislação, por sua vez, deveria abranger melhor tais pretensões para se padronizar os mecanismos relacionados ao tema e, ao mesmo tempo, dar a devida e necessária segurança jurídica ao assunto.

O controle preventivo é uma forma de aperfeiçoamento e será capaz de trazer bons resultados com relevantes melhorias nos serviços públicos relacionados à segurança geral.

Defensor Público Geral, Nilson Bruno; Foto: Marcos Rozario

"Sempre podemos fazer mais!"

Pensando assim o Defensor Público Geral do Estado criou a "Força Tarefa da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro", para cada vez melhor poder ser a atuação da Instituição nas situações de calamidade, como aquelas causadas pelas chuvas e que tanto afligem a população e cidades da Região Serrana do Estado.

A medida já foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira, 17, e já está valendo.

O novo Defensor Público Geral, Nilson Bruno, que assumiu em 03 de janeiro, afirma que a força tarefa ajudará no planejamento e nas ações da Defensoria em situações emergenciais: "Valendo-me de experiências anteriores, concluí que a Defensoria Pública deve estar pronta para rapidamente poder agir no enfrentamento de situações semelhantes às que estamos enfrentando neste momento. A força tarefa atuará rapidamente e sempre que necessário, por tempo determinado" explicou.

Já no 1° dia da grave situação da Região Serrana, os Defensores Públicos atuavam em todas as frentes, tanto nos pedidos de alvará para sepultamento quanto na orientação inicial às vítimas e na integração com as demais instituições na Região. Também trabalhando nos finais de semana e com a experiência acumulada (inclusive nos eventos do "Morro do Alemão" e do "Morro do Bumba", dentre outros) foi agora criada a força tarefa, integrada, dentre outras frentes, pelos coordenadores dos Núcleos de Direitos Humanos, Terras e Habitação, Idoso, Consumidor, Programa DNA, Central de Relacionamento com o Cidadão, Serviço de Psicologia e de Serviço Social e a Campanha Institucional “Cidadania Eu Defendo”, além dos coordenadores regionais das áreas afetadas, tudo sob o comando do Defensor Público Geral do Estado.

 ASCOM/Defensoria Pública Geral

http://www.sindipetro.org.br/

Fonte: Agência Petroleira de Notícias / Fotos: José Carlos Moutinho

Emanuel Cancella, Scretário Geral do SINDIPETRO-RJ, discursa em frente à BR Distribuidora

Os dirigentes do Sindipetro-RJ participaram, nesta segunda-feira (17/1), de duas atividades do movimento estudantil: no ato público, no Maracanãzinho, em defesa de 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, bem como na manifestação de rua que teve como bandeira o combate aos leilões do nosso petróleo, entre outras questões.

O ato aconteceu durante os encontros conjuntos da União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), respectivamente o 13º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) e o 1º Encontro Nacional de Grêmios Estudantes, iniciados no sábado (15/1), com término nesta terça-feira (18/1).

O secretário-geral do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, avaliou que foi muito importante a participação dos petroleiros nos atos promovidos pelo movimento estudantil.

Com palavras de ordem, faixas e cartazes em defesa do petróleo brasileiro, os estudantes ocuparam as ruas fizeram um ato em frente ao Edifício Sede da BR Distribuidora, no bairro do Maracanã.

Emanuel Cancella avaliou positivamente a participação dos petroleiros nas manifestações. “Nós ficamos muito gratos com as iniciativas dos estudantes, pois eles são o nosso público alvo – estudantes de todo o Brasil. Eles puxaram palavras de ordem, como 'Leilão é privatização', 'O petróleo é nosso, não abrimos mão', entre outras. Então, é muito bom termos essas palavras de ordem unificadas por estudantes de todo o Brasil”.

Cancella destacou, ainda, que “os petroleiros se sentem honrados” por serem convidados tanto pela direção da UNE como pela oposição para participar dos encontros na UFRJ, na Ilha do Fundão, bem como no ato do Maracanãzinho. “Os estudantes são insubstituíveis nessa luta, não podemos abrir mão de ninguém. Iremos conversar também com outras entidades estudantis que, infelizmente, não estão participando por diferenças políticas”, destacou Cancella.

Sobre a proposta dos estudantes de que 50% do Fundo Social do Pré-Sal seja destinado à educação, Cancella disse que o novo marco regulatório definido no governo Lula “avança, é nacionalista e estatizante, pois fortalece a Petrobrás. E a destinação de 50% do Fundo Social para a educação também avalio como um avanço”.

Cancella observou que os petroleiros querem ir além dessas propostas. “Nós não aceitamos que a Petrobrás, no novo marco, fique com apenas 30% do nosso petróleo e os outros 70% vai para o regime de partilha. Então, a nossa luta é que 100% do petróleo seja do povo brasileiro, com Petrobrás 100% pública, a volta do monopólio estatal do petróleo, o fim dos leilões, e a revisão dos que já foram realizados”.

O dirigente do Sindipetro-RJ destacou que o Brasil “não pode se dá o luxo de fazer leilões do nosso petróleo”. O país, lembrou Cancella, tem muitas questões sociais para serem resolvidas. Ele lembra que os recursos oriundos da exploração do Pré-Sal serão decisivos para resolver, por exemplo, tragédias como a da Região Serrana do Rio. Lembrou que o país tem grande carência de moradias populares, os setores saúde e educação estão precários. Sublinhou, também, que o Pré-Sal será decisivo para investir em segurança, gerar empregos, melhorar os salários, fazer a reforma agrária, “o Brasil é o único país de dimensões continental que ainda não fez a reforma agrária”.


http://www.sindipetro.org.br/

Oficina de apresentação, debate sobre o pré-sal, ato político e banquinha com materiais da campanha estão na programação.

A campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso estará presente nos eventos que a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) realizam, a partir de sábado (15), no Rio de Janeiro.

A expectativa dos organizadores é reunir mais de oito mil estudantes secundaristas e universitários de todo o país, até o próximo dia 22, em vários locais da cidade, como o campus do fundão da UFRJ, o ginásio do Maracanãzinho e o Aterro do Flamengo.

No sábado (15), haverá uma oficina de apresentação da campanha na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, com o economista e petroleiro Francisco Soriano.

A atividade está sendo organizada por diversos DCEs e coletivos estudantis em parceria com o Sindipetro-RJ. Já no domingo (16), a programação oficial do Coneb conta com o debate “O Pré-Sal e os novos paradigmas econômicos e energéticos”, para o qual já confirmaram presença o diretor do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, o presidente da AEPETt, Fernando Siqueira, e o coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes.

Na segunda (17), último dia do Coneb, a campanha participa do ato político conjunto da UNE e da Ubes, que terá entre as bandeiras a garantia de que 50% do fundo social do pré-sal seja destinado à educação.

Durante estas atividades e também durante a programação da Bienal da Une, que acontece de 18 a 22, no Aterro do Flamengo, o Sindipetro-RJ montará uma banquinha com materiais da campanha nos locais onde acontecem as atividades.

Confira a programação da participação da campanha nos eventos:

  • Oficina “Não aos leilões do nosso petróleo e gás”, com exibição do filme “O Petróleo Tem que Ser Nosso – Última Fronteira” e apresentação da campanha pelo economista e petroleiro Francisco Soriano, diretor do Sindipetro-RJ.
    • Local: UFF/Niterói - auditório do ICHF, segundo andar do Bloco O do campus do Gragoatá
    • Data: 15/01 (sábado)
    • Horário: 13h30 às 14h30
  • Debate “O Pré-Sal e os novos paradigmas econômicos e energéticos”
    • Local: Centro de Tecnologia da UFRJ (campus Fundão) - auditório 6
    • Data: 16/01 (domingo)
    • Horário: 10h às 12h
  • Ato político "10% do PIB para educação e 50% do fundo social do pré-sal para educação – pela derrubada do veto e incorporação das emendas ao PNE". Lançamento da Jornada de lutas UNE e UBES por uma educação a serviço do Brasil.
    • Local: Maracanãzinho
    • Data: 17/01 (segunda)
    • Horário: 10h às 12h
  • Banquinha da campanha – distribuição de materiais da campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso
    • Datas, horários e locais dos eventos estudantis
    • Mais informações sobre os eventos estudantis em www.une.org.br.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias.

O filho de Elton John

Postado por Jorge Ribeiro | 12:00 | | 0 comentários »

7 de janeiro de 2011

Por Maria Berenice Dias

Advogada
Ex-Desembargadora do Tribunal de Justiça-RS
Vice-Presidenta Nacional do IBDFAM

Filhos que os pais não querem ou não podem exercer o poder familiar sempre existiram. Legiões de crianças abandonadas, jogadas no lixo, maltratadas, violadas e violentadas, escancaram esta realidade. A sorte é que existem milhões de pessoas que desejam realizar o sonho de ter filhos.

Daí o instituto da adoção, um dos mais antigos que se tem notícia.

Agilizar este processo de encontrar um lar para quem quer alguém para chamar de pai e de mãe deve ser a preocupação maior do Estado, pois não há solução pior do que manter abrigados crianças, adolescentes e jovens.

Mas a onda fundamentalista e conservadora que vem tomando conta deste país tem gerado empecilhos de toda a ordem para solucionar grave problema social. Apesar de este ser um número que ninguém quer admitir, existem mais de 100 mil menores de 18 anos de idade literalmente depositados em instituições sobre as quais o Estado não consegue manter qualquer controle. O Cadastro Nacional da Adoção busca mascarar este número, ao indicar um pequeno contingente de crianças disponíveis à adoção, o que só revela a enorme dificuldade de agilizar o processo de destituição do poder familiar.

A Lei 12.010/2009, a chamada Lei Nacional da Adoção, não faz jus ao nome, pois só veio dificultá-la. Na injustificável tentativa de manter a criança com a família biológica se olvida que esta é a pior solução. Além de a justiça levar muito tempo na busca de algum parente que a deseje, nem sempre ela ficará em situação regular. A primeira tentativa é entregar a criança aos avós. Como eles não podem adotá-lo, terão somente a guarda do neto, o que o deixa em condição das mais precárias. Ao depois, sempre será estigmatizado como o filho de quem não o quis e assim se sentirá quando encontrar a mãe nas reuniões de família.

Fora isso, é tal a burocracia para disponibilizar crianças à adoção que, quando finalmente isso acontece, muitas vezes ninguém mais as quer e os candidatos a adotá-las perderam a delícia de compartilhar da primeira infância do filho que esperaram durante anos na fila da adoção. É tão perverso o cerco para impedir o acesso a crianças abrigadas que os adotantes sequer são admitidos para realizar trabalho voluntário. E quem não está cadastrado simplesmente não pode adotar.

Ao depois, de modo muito frequente, por medo de serem multados, juízes e promotores arrancam crianças dos braços dos únicos pais que elas conheceram para entregá-las ao primeiro casal habilitado, sem atentar que estão impondo uma nova perda a quem teve a desdita de ter sido relegado. Tudo em nome do respeito aos malsinados cadastros que deveriam servir para agilizar a adoção e não para obstaculizá-la.

Mas é necessário chamar a atenção para uma nova realidade que não é possível encobrir. Em face das enormes percalços impostos à adoção, ao invés de se sujeitarem a anos de espera, quem deseja ter filhos está fazendo uso das modernas técnicas de reprodução assistida.

O nascimento do filho do cantor Elton John e de seu marido David Furnish é um exemplo emblemático. Depois de terem tentado, sem sucesso, adotar um órfão ucraniano, fizeram uso da gestação por substituição, a chamada barriga de aluguel, que ocorreu nos Estados Unidos, por ser procedimento não aceito na Inglaterra.

Aliás, o documentário da HBO denominado “Google Baby” mostra a existência de uma verdadeira indústria que comercializa fertilizações e está sendo utilizada com enorme desenvoltura. Os candidatos escolhem via internet a mulher que se dispõe a vender seus óvulos. Ela se submete a um tratamento que multiplica o número de óvulos, que são extraídos, congelados e transportados para que a inseminação seja feita no país onde os contratantes residem. Depois da fecundação o embrião é levado para a Índia, onde o procedimento é permitido e os custos são baixos. Implantado em mães gestacionais, elas ficam confinadas durante a gravidez. Após o nascimento, o filho é entregue a quem contratou o serviço, que o registra em seu nome.

Apesar de esta ser uma prática legítima, tem um efeito assustador, pois impede que as crianças abandonadas que se encontram espalhadas pelo mundo tenham a chance de conseguirem uma família. Quem sabe perdem a única possibilidade que teriam de sobreviver.

Não tivesse o governo da Ucrânia, de forma para lá de preconceituosa, impedido a adoção homoparental, certamente a criança que o casal britânico havia escolhido estaria a salvo da morte por inanição, destino mais provável de milhões de crianças dos chamados países do terceiro mundo. Aliás, da mesma injustificável recusa foram alvo Madonna e Angelina Jolie quando desejaram adotar crianças dessas regiões.

Mesmo diante de todo o avanço econômico que tem empolgado os brasileiros, a realidade por aqui não é diferente. A lei não proíbe, mas também não admite de forma expressa a adoção por casais homoafetivos, o que leva ainda alguns juízes a negar-lhes a habilitação conjunta.

Assim a solução que vem sendo encontrada por quem só deseja concretizar o sonho de ter uma família com filhos é simplesmente gestá-los. Se seus, se adotados ou fertilizados em laboratório, não importa, muitos querem ter direito à convivência familiar.

O fato é que Estado não pode esquecer que tem o dever de cumprir o preceito constitucional de dar proteção especial, com absoluta prioridade, a crianças, adolescentes e jovens. E, se o caminho da adoção é obstaculizado sobra um contingente de futuros cidadãos a quem é negado o espaço de felicidade almejado por todos: o direito um lar doce lar.