A Justiça está de luto. Viva a Justiça

Postado por Jorge Ribeiro | 20:09 | 4 comentários »

24 de agosto de 2011

 
                     A Justiça está de luto. Viva a JUSTIÇA!
       Por: Jorge Ribeiro

      Sempre comparei o exercício da magistratura como verdadeiro sacerdócio.
      Há aqueles que acham que estou exagerando, mas não vejo por esse prisma.
      O julgador, aquele que é referenciado de excelência, deve possuir  em seu espírito
     o propósito crucial de levar e lutar por justiça. Portanto, esse servidor sabe dos
    desafios que serão a ele apresentados. O perfil deste homem  e mulher é caraterizado
    sobretudo, pelo caráter.

Durante anos na função de repórter de setor no Palácio da Justiça e ex assessor de imprensa do extinto Tribunal de Alçada do Estado do Rio de Janeiro e atualmente editor executivo do site e blog da Revista Juris – Judiciário em Revista- tenho comprovado o quanto é delicada a função do juiz de direito em nosso país. Ele é a balança entre o bem e o mal. Ele representa em muita das vezes a esperança daqueles em que nada mais acreditam.

Lamentavelmente, também constatei que a fragilidade de caráter de alguns magistrados compromete, em muito, a questão do direito à cidadania. Nada mais constrangedor, pelo menos para mim, constatar que um magistrado se comporta com atitudes que atingem em  cheio a dignidade do próprio Poder Judiciário.

Um magistrado  intolerante,orgulhoso, arrogante, nunca será um juiz na essência da palavra, de DIREITO.Será mais uma autoridade soberba e inconsequente que através de  nossos impostos desfila  e afronta a sociedade. O magistrado corrupto então nem se fala. Trata-se de um traidor da nação, que covardemente esfaqueou pelas costas  os próprios membros do Poder Judiciário, dentre os quais a juíza de DIREITO, Patrícia Acioli, titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo-RJ, executada com 21 tiros, no dia 12 de agosto de 2011. Ela – responsável pela condenação de 60 policiais envolvidos em crimes - foi a terceira magistrada assassinada no Brasil, os outros dois foram em São Paulo e Espírito Santo.

Há quem diga que a juíza Patrícia era uma pessoa especial, pois não tinha medo de enfrentar bandidos fardados e milicianos de grandíssima periculosidade. Eu não a encaro como especial e sim como uma pessoa que honrou a sua função, pois morreu na luta por JUSTIÇA.  Trata- se de postura e determinação digna de um verdadeiro Juiz de DIREITO.Ela deverá servir de exemplo para os estudantes de Direito, para os próprios membros do Poder Judiciário, e para aqueles que ainda ousam das suas prerrogativas e esquecem que o cargo de magistrado  é para ser exercido com dignidade , humildade, e coragem, muita coragem.
A Juíza de DIREITO Patrícia Acioli deverá ser lembrada como uma verdadeira mártir, morta por sustentar a fé em nossa Justiça. Ela deverá ser lembrada com reconhecimento pela sociedade, que hoje se encontra  descrente diante de tantas denúncias contra àqueles que deveriam ser exemplo em nosso País..


Correndo atrás do prejuízo e não mais do ônibus

Postado por Jorge Ribeiro | 14:51 | | 23 comentários »

20 de agosto de 2011


(EXCLUSIVO)

Você sai de casa para cumprir compromisso. Chega ao ponto de ônibus. Espera por alguns minutos. Ei-lo. Você faz sinal e o rodoviário passa direto, deixando-o com o braço estendido. Você respira fundo e pensa: Chegará outro em breve. Depois de mais alguns minutos chega outro ônibus. Mais uma vez você faz sinal, e por incrível que pareça o coletivo também não pára. Pronto. Você já perdeu o dia. O que fazer nesse momento? Retornar para casa. Ir à “caça” daquele motorista. Telefona para empresa? E aí... O prejuízo já foi causado. Quem irá pagar por mais esse prejuízo?

A equipe do blog da Revista Juris resolveu colocar essa causa em pauta e ouvir aqueles que estão diretamente e ou indiretamente ligados à situação, ou seja, sindicato dos rodoviários, PROCON, Representantes da Alerj, advogados, Fetranspor e é a claro as vítimas: O passageiro.

De acordo com o advogado Artur Gomes Ribeiro, especializado em Defesa do Consumidor, no momento em que alguém solicita embarque no ônibus na qual pretende viajar,objetivando levar a destino certo,surge no íntimo daquele que faz a solicitação, uma expectativa de atendimento que normalmente se concretiza,pois quando se faz esta solicitação, a expectativa é de “ouvir” um sim, mas ao “ouvir “um não, o íntimo logo experimenta um sentimento ruinoso,difícil mesmo de aceitar. Explicar o defensor.

- A frustração experimentada por uma pessoa nestas condições, não se limita apenas neste sentimento ruinoso. O descaso do motorista em decorrência da omissão dos empresários do setor, que não oferecem tratamento adequado neste sentido, ocasiona outros desdobramentos, que atingem não somente a estrutura emocional do passageiro, como também gera efeitos no âmbito jurídico, pois todos em regra têm compromissos a cumprir durante o dia, estando sempre atrelados a determinado horário.

Conforme advogado Artur Gomes Ribeiro a fixação do Poder Judiciário de indenização nesses casos, ensejará efeito pedagógico sobre o empresariado, o qual deve se policiar, fornecendo ao quadro de rodoviários treinamentos adequado, objetivando melhorar a cada dia a prestação de serviços que explora.

EDUCAÇÃO

O criminalista Paulo MELO ressalta o que falta em nossa sociedade é a educação e cita exemplo o que o corre em Portugal.

- Lá as paradas de ônibus são sinalizadas e com horário estabelecido e correspondente a linha que passa naquele ponto. Não há paradas fora de ponto, seja para embarcar ou descer. O ônibus pára, tenha ou não passageiros ali, assim, conseguem manter o horário estabelecido para a parada seguinte.

Segundo Paulo Melo, naquele país não há ultrapassagem nas vias expressas, pois o horário estabelecido favorece tudo, “Os comboios andam, pois lá o que predomina é a educação”.

- Você pode adquirir a passagem em guichet dentro do próprio ônibus, pagar e depositar no cofre ou saltar sem pagar. Não há trocador o passageiro paga e a maquina faz o troco.

O deputado Estadual Paulo Ramos ao ouvir a questão pondera. Ele aponta como principal responsável pela atitude dos rodoviários são as próprias empresas que pressionam os seus empregados provocando ainda mais stress.

- Os rodoviários motoristas são vítimas da pressão por parte de seus empregadores.O stress é muito,sem contar com o transito caótico da nossa cidade.Eles ( motoristas ) tem uma cota de passageiros para conduzir e quando preenchem a cota terão ainda de completar o número de viagem.

E o usuário deputado, como fica?

- É uma situação difícil pois o motorista também é vítima.O verdadeiro algoz é o empresário e a população é quem paga o prejuízo. Aqui na Alerj ( Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ) estou lutando para acabar com a duplicidade profissional, uma vez que em certas empresas, o motorista além de dirigir, ainda faz o papel do cobrador. O projeto de lei numero 50 de 2008 foi aprovado em 1ª votação, mas falta o segundo pleito. É necessário que os rodoviários nos ajudem a combater esse abuso, pois a força política da Fetranspor deixa o usuário e os rodoviários numa situação de muita inferioridade.

O vice presidente do sindicato dos condutores de veículos rodoviário Oswaldo Garcia Gomes, enfatiza ainda que antes de qualquer procedimento deve-se saber se o ônibus está com a sua capacidade de passageiros acima do limite permitido e se o coletivo está com seu horário além do exigido pela empresa,uma vez que as mesmas aplicam suspensões aos motoristas pelo não cumprimento do horário por elas exigidos, o que acarreta,segundo ele,forte pressão psicológica a estes profissionais.

- Lamentavelmente, o motorista está subordinado a duas situações inconciliáveis,quais sejam : O patrão impõe um tempo para viagem e a Lei de transito o obriga a parar nos pontos.

FALA PASSAGEIRO

De uma maneira mais humorada, mas não menos crítica, o(a) passageiro(a) - Ele (a) achou melhor não se identificar- não concorda ser o stress o motivo do serviço não prestado pelo rodoviário, muito embora reconheça que há empresário que extrapola pelo fato de ser o empregador “ Todos trabalhamos com stress.É a dona de casa,com diversos a fazer; é você jornalista,preocupado com o fechamento da matéria;é o advogado,em função dos prazos;é o magistrado;mestre de obra.Em fim, até os políticos brasileiros,com o melhor emprego do mundo, as vezes se estressam.

- Portanto não é justificável um profissional rodoviário não cumprir com a sua função, que é de servir a comunidade. Você já pensou um piloto comercial estressado. “Ah! Não aterrissarei em São Paulo.Estou estressado seguirei direto para Bahia”.

PROFISSIONALISMO

Ainda de acordo com o passageiro, o que falta na verdade é a capacidade e identificação com a profissão de rodoviário.

- Conheço diversos motoristas rodoviários que prestam serviço exemplar, pois são educados e trabalham com dedicação e zelo, mas, há empregados da mesma empresa que demonstram claramente que não são rodoviários em sua essência e sim, apenas motoristas, muito dos quais amadores, pois dirigem como estivessem carregando concreto, e não pessoas. Andam em disparada, falam alto, xingam, em fim, o usuário desembarca do ônibus como sobrevivente e não como passageiro.

O QUE DIZ O PROCON


(Foto Divulgação ASCOM - PROCON RJ)

O Coordenador do Procon-RJ, Carlos Alberto Cacau de Brito,informa que o usuário ( consumidor )do serviço de transporte rodoviário, ao estender sua mão – movimento comum de quem faz o sinal para que o coletivo pare –demonstrando assim o seu interesse em utilizar aquele serviço,está ali,naquele momento estabelecendo um contrato com a empresa que opera naquela linha.” portanto a empresa também torna-se parte desta relação de consumo,ou seja,o consumidor como contratante e a empresa como contratada, o que obriga a prestar o serviço de forma adequada,satisfatória e segura,tendo ela o dever de transportar todos os consumidores que desejam com ela contratar,ao menos que o veículo esteja com a sua capacidade máxima esgotada”.

- Já no caso em tela, na qual o consumidor ao fazer sinal para que um ônibus de uma determinada linha parasse no ponto, e não teve o seu desejo atendido pela empresa contratada, caracteriza descumprimento de contrato por parte da contratada.

Correndo atrás do prejuízo e não mais do ônibus.

Informa ainda o coordenador do PROCON-RJ Cacau de Brito, que o consumidor poderá se dirigir ao Órgão ( Rua da Ajuda – 18ª andar ou através do telefone 151 e realizar uma denuncia,devendo informar todos os dados necessários,tais como,data,local,linha de ônibus,empresa,numero de ordem , periodicidade,etc.

- Após a denuncia serão realizadas diligencia pelo setor de Fiscalização, com a finalidade de verificar a veracidade dos fatos,devendo ser lavrado um auto de infração ou auto de constatação.Em seguida os autos destes processos serão encaminhados ao Departamento Jurídico,que irá analisá-lo e emitir parecer conclusivo.

Cacau de Brito ressalta ainda que no caso do consumidor considere ter sofrido dano moral,deverá pleitear sua reparação na esfera jurídica e em caso de dano material, a reparação poderá ser pleiteada administrativamente pelo PROCON ou judicialmente.

(*) Até a conclusão dessa matéria a Fetranspor não se pronunciou a respeito.O nosso espaço continuará à disposição da instituição para responder ou  tirar qualquer dúvida que julgar necessário.