A Justiça está de luto. Viva a JUSTIÇA!
Por: Jorge Ribeiro
Sempre comparei o exercício da magistratura como verdadeiro sacerdócio.
Há aqueles que acham que estou exagerando, mas não vejo por esse prisma.
O julgador, aquele que é referenciado de excelência, deve possuir em seu espírito
o propósito crucial de levar e lutar por justiça. Portanto, esse servidor sabe dos
desafios que serão a ele apresentados. O perfil deste homem e mulher é caraterizado
sobretudo, pelo caráter.
Durante anos na função de repórter de setor no Palácio da Justiça e ex assessor de imprensa do extinto Tribunal de Alçada do Estado do Rio de Janeiro e atualmente editor executivo do site e blog da Revista Juris – Judiciário em Revista- tenho comprovado o quanto é delicada a função do juiz de direito em nosso país. Ele é a balança entre o bem e o mal. Ele representa em muita das vezes a esperança daqueles em que nada mais acreditam.
Lamentavelmente, também constatei que a fragilidade de caráter de alguns magistrados compromete, em muito, a questão do direito à cidadania. Nada mais constrangedor, pelo menos para mim, constatar que um magistrado se comporta com atitudes que atingem em cheio a dignidade do próprio Poder Judiciário.
Um magistrado intolerante,orgulhoso, arrogante, nunca será um juiz na essência da palavra, de DIREITO.Será mais uma autoridade soberba e inconsequente que através de nossos impostos desfila e afronta a sociedade. O magistrado corrupto então nem se fala. Trata-se de um traidor da nação, que covardemente esfaqueou pelas costas os próprios membros do Poder Judiciário, dentre os quais a juíza de DIREITO, Patrícia Acioli, titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo-RJ, executada com 21 tiros, no dia 12 de agosto de 2011. Ela – responsável pela condenação de 60 policiais envolvidos em crimes - foi a terceira magistrada assassinada no Brasil, os outros dois foram em São Paulo e Espírito Santo.
Há quem diga que a juíza Patrícia era uma pessoa especial, pois não tinha medo de enfrentar bandidos fardados e milicianos de grandíssima periculosidade. Eu não a encaro como especial e sim como uma pessoa que honrou a sua função, pois morreu na luta por JUSTIÇA. Trata- se de postura e determinação digna de um verdadeiro Juiz de DIREITO.Ela deverá servir de exemplo para os estudantes de Direito, para os próprios membros do Poder Judiciário, e para aqueles que ainda ousam das suas prerrogativas e esquecem que o cargo de magistrado é para ser exercido com dignidade , humildade, e coragem, muita coragem.
A Juíza de DIREITO Patrícia Acioli deverá ser lembrada como uma verdadeira mártir, morta por sustentar a fé em nossa Justiça. Ela deverá ser lembrada com reconhecimento pela sociedade, que hoje se encontra descrente diante de tantas denúncias contra àqueles que deveriam ser exemplo em nosso País..
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Tenho a impressão que o brasileiro vive em uma espécie de torpor. Assiste aos maiores absurdos de forma apática. Tem as pessoas que se mobilizam, claro, e essas ainda conseguem fazer alguma pressã, mas a grande maioria assiste aos maiores absurdos e se mantém apática!
Veja bem, eu que sou pacifista e contra a violência não estou querendo que “baixe” no Brasil o espírito de Zumbi dos Palmares, Bento Gonçalves, Maria Quitéria, Raimundo Gomes e tantos heróis do passado de novo! Os tempos são outros! Depois, nossos heróis existem, são pessoas que estão ameaçadas de morte ou que já morreram lutando contra a corrupção policial, como a Dra. Patrícia Acioli; contra o desmatamento ilegal na Amazônia, como Dema, Dorothy Stang, o casal Maria do Espírito Santo e José Ribeiro e tantos outros.
Mas, a grande maioria da população mesmo, assiste a tudo e se cala! E quando aparece uma pessoa que não se cala, ela é ameaçada de morte ou acaba morrendo mesmo! Mas, a verdade é que essas mortes continuam, porque todos os outros assistem acontecer e ficam quietos! A população tem que exigir que a morte dessas pessoas seja investigada e punida, mas o que vemos são os processos arquivados e os assassinos impunes!
Matéria realmente muito interessante. Tem muita gente dentro do poder precisando de exemplo e nossos estudantes de direito principalmente, necessitam desses exemplos, pois já vimos muitos deles,envolvidos com o que não deve já durante a formação.
Com certeza a Juíza morta manteve a linha com seriedade e respeito pelo que fazia, o que muitos não fazem.
Tomara que no Brasil surjam muitos outros magistrados como ela, pois só assim poderemos pensar em termos um Brasil melhor.
Ana Conrado
Jorge devemos lutar para expulsar todos os lixos. Um deles são os maus magistrados, aqueles que envergonham a toga pelos seus comportamentos morais. Esta luta deve ser travada em todos os setores contra aqueles profissionais que não cumprem fielmente e honestamente com as suas atribuições. Um abraço fraterno.