Os LEGISLADORES

Postado por Jorge Ribeiro | 20:05 | 0 comentários »

3 de novembro de 2010

DEPUTADO CRITICA FALTA DE POLÍTICA CONTRA VIOLÊNCIA NAS ESCOLASA falta de ações concretas da Secretaria de Estado de Educação do Estadodo Rio (Seeduc) para solucionar ou diminuir os problemas da violência nasescolas foi lamentada pelo presidente da Comissão de Educação daAssembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Comte Bittencourt (PPS),durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (03/11). De acordocom o parlamentar, não há uma ação efetiva que defina uma políticaarticulada entre as diversas secretarias da administração estadual paraenfrentar este tema. “Essa violência que o cidadão enfrenta no dia-a-diaestá presente também dentro da escola, e o colégio está desestruturadopara cumprir o seu papel, que é justamente o de atuar para que aviolência externa seja enfrentada. Ou seja, a escola não está conseguindoresponder o que a sociedade espera dela por falta de uma políticapública, isso ficou claro. Faltam dados, faltam ações propositivas dasecretaria”, reclamou Bittencourt.

Coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio(Sepe-RJ), Vera Nepomuceno afirmou que levantamentos feitos pelosindicato apontam que a falta de profissionais e funcionáriosadministrativos nas escolas potencializam a cultura da violência no ambiente escolar. “O inspetor, o coordenador, o porteiro, o zelador,todos eles apresentam uma contribuição para a construção desse processopedagógico, já que vivemos numa sociedade de insegurança, principalmentenas comunidades carentes. E se na escola faltam esses profissionais,falta também um ambiente onde o aluno possa estar refletindo, buscando o seu envolvimento emocional para superar essa situação. Isso acabaaprofundando, também nas escolas, esse clima de instabilidade. Faltam asfunções que deveriam existir para diminuir esses problemas nas unidadesde ensino”, afirmou Vera.
Para a pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Vanilda Paiva o que precisa ser reforçado dentro das unidades de ensino éa cultura propriamente escolar. “O nível de violência dos nossos dias émuito mais elevado do que foi no passado. Em relação aos anos 1990, acultura do entorno penetrou muito mais profundamente dentro da escola.Além disso, ainda existe uma forte violência das mães com osprofessores”, apontou Vanilda. Ela ainda ressaltou que o desaparecimetodos cargos administrativos dentro das escolas faz com que o professorfique sobrecarregado. “Com isso há um menor controle, uma menordisciplina dentro do espaço escolar e, portanto, os alunos estão maissoltos e têm mais possibilidades de exercer aspectos da sua cultura deorigem. Por isso, defendo uma cultura propriamente escolar”, alegou.
Membro do Conselho Estadual de Educação, Luiz Mansur destacou trêsaspectos que influenciam diretamente no aumento da violência dentro dassalas de aula: “a desvalorização do profissional de educação por parte dasociedade, a família afastada da escola e a ausência de políticascontinuadas para a área da educação”. A coordenadora do programa Saúde naEscola da Seeduc, Bianca Leda, informou que a secretaria acredita naconstrução coletiva e que realiza fóruns e palestras não somente dentrodas escolas. Disse ainda que vai encaminhar as reclamações do presidenteda comissão ao secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia.

Também participaram da audiência, o deputado Paulo Ramos (PDT), aassessora da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, MonizaRizzini, e o delegado titular da Delegacia da Criança e do AdolescenteVítima (DCAV), Luiz Henrique Marques Pereira. (texto de Vanessa Schumacker - Alerj )

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